quinta-feira, 13 de outubro de 2011

RESENHA do BLOG: MINHA VIDA LITERÁRIA 27/09/2011

Por Aione Simões

Ao perder seu filho em um trágico acidente de barco, o famoso médico e pesquisador Dr. Rômulo Ventura perde, também, parte de sua felicidade e busca refúgio em seu laboratório, desenvolvendo novas pesquisas com o genoma humano. Sem conseguir se recuperar de seu trauma, o médico passa a buscar um meio de criar um ser que conseguisse respirar embaixo d’água. Assim, consegue, por meio da fertilização in vitro, desenvolver um ser mutante, humano, mas com características diferenciadas. Para concluir os 10 anos de pesquisa e descobrir se foi bem sucedido, bastaria apenas encontrar alguém disposto a servir de cobaia e gerar o ser.
Em um ato irracional, entretanto, Rômulo implanta o óvulo fertilizado em sua esposa sem que essa descubra. A gestação é concluída e, junto com a felicidade de Dóris pela chance de se tornar mãe novamente, chega o remorso de Rômulo por usar sua esposa como cobaia. Percebendo ser tarde demais, o médico decide continuar seguindo em frente, acompanhando a gestação com o máximo de cuidado possível e anotando tudo, como vinha anotando há 10 anos, em seu diário pessoal.  O que ele não contava é que o preço pago pelo nascimento de Dennis fosse tão alto, além do reaparecimento de seu irmão Ribamar, com quem não mantinha contato por problemas familiares.
Esse é apenas o começo de “Uma Aventura no Atlântico”, primeiro livro de uma trilogia que narra as aventuras e a vida de Dennis Ventura, um garoto dotado de características especiais por ter sido fruto de um experimento de laboratório.
Nesse primeiro livro, temos a introdução da história e a apresentação das personagens. Descobrimos como e porquê Dennis foi “criado”, quais os relacionamentos e características das principais personagens e quais os maiores conflitos, que só serão desenvolvidos nos outros volumes da série. Não que esse livro não tenha conflitos, mas os principais não são resolvidos aqui.
A escrita de Márcia de Oliveira é ágil e permite uma fluidez total da história. Apesar de conter 364 páginas, li o livro em apenas um dia. É possível ler muitas páginas de uma só vez sem nem ao menos se dar conta disso, além do fato de que a história desperta a curiosidade para os acontecimentos.

Narrado em terceira pessoa, senti falta, em alguns momentos, de um maior aprofundamento nas reflexões e emoções das personagens. Essas, em sua maioria, acabam nos sendo apresentadas durante os diálogos e gosto de acompanhar o desenvolvimento no interior das personagens, mesmo que a narrativa não seja em primeira pessoa.  Sobre os diálogos, achei bem adaptados às personagens mais velhas, mas não tão próprios para as personagens adolescentes. Apesar de ter inserido gírias e expressões próprias da idade, achei algumas falas não condizentes com a idade, tanto pelas palavras utilizadas quanto pela idéia contida nelas. Mesmo com Dennis, que tem uma inteligência e um grau de instrução acima da média, em alguns momentos o achei maduro demais para sua idade, enquanto senti falta, em seus momentos de imaturidade, de um maior aprofundamento de suas emoções. Porém, esse não é um ponto que atrapalha a história, é apenas uma impressão pessoal.

O fluxo da história é muito rápido. Achei interessante Márcia ter começado a contá-la antes do nascimento de Dennis, sendo que esse é o protagonista, até sua juventude, atingindo a idade de 18 anos. Não apenas por nos fornecer o panorama completo, o que facilita a compreensão dos fatos, Márcia está de parabéns pela originalidade, criatividade e pela inserção de informações a respeito da genética, adorei a história em si e fiquei curiosa para ler a continuação, uma vez que alguns fatos foram sutilmente citados e dão a impressão de que serão conflitos nos próximos volumes. O final, para mim, foi um pouco abrupto, mas, como uma continuação está por vir, não pode ser considerado como incompleto.

Em resumo, o livro é uma boa escolha de leitura agradável e rápida, contando com uma história diferente, já que o protagonista, ao mesmo tempo em que vive conflitos próprios da adolescência, é, também, um tipo de super-herói mutante. Agradeço à Márcia por toda atenção, pela parceria e pela oportunidade de conhecer seu trabalho, com certeza quero continuar o acompanhando!

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